Autor: BUIATI, Michele Caroline M. P. : O administrador como elemento de mudança.
Sabe-se que o novo ambiente empresarial provoca a necessidade das empresas se tornarem organizações de aprendizagem. Desta forma, mudanças acontecem principalmente no perfil do administrador que atua nessas organizações. Essas mudanças sofrem por uma série de resistências, provocadas pelo modelo institucional de ensino, que limita a iniciativa, a criatividade e o livre arbítrio dentro das empresas.
2. Administrador e as mudanças
O administrador, como um agente de transformação dessas relações de um novo perfil, qualificando pela necessidade de mudar a sua maneira de enxergar o processo de aprendizagem como uma forma de qualificação e requalificação profissional. Deste modo, torna-se importante fazer uma análise de como esse administrador pode se tornar o principal elemento capaz de manter as organizações competitivas e rentáveis, através da gestão do conhecimento.
Segundo Lima (2002), as pessoas educadas num clima de competição, estimulados a lutar uns contra os outros, sendo que a competição seria própria da natureza humana, e agora, o que fazer diante de um cenário que requer um ‘novo administrador’, consciente de sua responsabilidade, mas com limitações culturais que dificultam a mudança de mentalidade, na forma de pensar , de agir e de decidir?
A autora explica que o foco pode se transformar: da competição, onde pessoas competem com outras, para a competência, onde pessoas unem esforços, trabalham em conjunto, visando obter novos conhecimentos, novas habilidades, descobrindo novas formas de administrar uma organização baseada na aprendizagem, como processo contínuo de renovação e de transformação, este sendo, no entanto, o maior desafio do administrador atualmente (LIMA, 2002, p.02).
Segundo Silva (1998) o administrador precisa conhecer seu ambiente de trabalho, seu mercado e seus clientes, criando comportamentos alternativos. Essa visão das transformações e movimentos no meio ambiente é que poderá dirigir as decisões estratégicas na empresa, e a habilidade para lidar com a tecnologia e seus efeitos, sendo crucial para o sucesso empresarial.
O autor explica que as mesmas razões que levam um administrador ao sucesso podem fazer sua carreira descarrilar. Em porcentagem, 30 % a 50% dos executivos de grande potencial descarrilam, na maioria das vezes, por não criarem comportamentos alternativos. Isso significa que esses executivos atuam esquecendo de alguns fatos que podem ser cruciais para sua carreira, tais como: desatenção com as pessoas, mau desempenho em grupo, falhas na imagem e comunicação, insensibilidade à reação dos outros, dificuldade com autoridade, visão estreita ou ampla demais, indiferença e trabalho em isolamento.
Silva (1998, p.22) diz:
É preciso transforma-se numa pessoa melhor, saber quando seu ponto forte deixa de ser um motor de arranque e passa a ser um fardo pesado para carregar, e só se conseguirá isso através da busca de novos conhecimentos, baseando-se na melhoria de seu comportamento para melhor se adaptar ao novo ambiente inovador.
Para Vaili (1999) o perfil do administrador deve englobar características que o tornem um administrador que o autor chama de: “Aprende”, no entanto, dispor de alguns requisitos básicos para a aprendizagem organizacional, que são: Curiosidade intelectual; Modéstia; Autocrítica vigilante; Capacidade de imaginar futuros alternativos; Apetite pelo feedback; Mecanismos conscientes para criar, coletar e disseminar conhecimentos, Predisposição à experimentação.
Desta forma, possivelmente, esse administrador terá mais disponibilidade para atender esses novos conhecimentos, tendo como alvo, sua qualificação e excelência como profissional. Um exemplo é a Internet que está em todos os lugares na vida do administrador, na empresa, ou na vida particular, o gestor de negócios se depara com a presença da Internet.
Segundo Wick (1999) a comunicação organizacional está com as Intranets, à cooperação entre as empresas com as extranets, onde novos modelos estão surgindo e acompanhar essas mudanças não é nada fácil, mas absolutamente necessário num ambiente competitivo. Não é só na estratégia competitiva e nas relações externas que a Internet é uma nova variável, que muda completamente a equação do sucesso. Na gestão interna da empresa também o impacto das tecnologias ligadas à Internet é grande. A agilidade dos processos internos está aumentando, impactando a forma como se estrutura e administra as organizações.
3. Referências
IMD (Institute for Management Development – Instituto para Desenvolvimento de Administração). Agende de Mudança. Publicado em 1999. Disponível em: http://www.hsm.com.br/hsmmanagement/edicoes/numero_16/index.php. Acesso em: 26.04.2007.
LIMA, Solange Moreira Dias de. O Perfil do Administrador do presente, face as Novas Tecnologias da Informação. 05/10/2002.. Disponível em: http://www.portaldomarketing.com.br. Acesso em: 26.04.2007.
SILVA, Anielson Barbosa da. Globalização, Tecnologia e Informação: a tríade que desafia a administração. Brasília, Revista Brasileira de Administração. V.8, n.22, 1998.
VAILL, P.B. Aprendendo Sempre. Estratégias para sobreviver num mundo em permanente mutação. São Paulo: Futura, 1999.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios de Pesquisa em Administração.São Paulo: Atlas, 2005.
WICK, C.W., León, L.S. O desafio do Aprendizado. Como fazer sua empresa estar sempre à frente do mercado. São Paulo: Nobel, 1999.